segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Diana Macedo, 1º trabalho reflexão filosófica

O vídeo “O Mito da Caverna” expõe resumidamente a ideia do célebre filósofo Platão acerca da condição do ser humano e da forma como este encara a realidade e o conhecimento. Apesar de muitos julgarem que a famosa e tão antiga alegoria da caverna já não se aplica aos dias de hoje, o facto é que muitos dos males que minam a sociedade moderna parecem exactamente reflectir o contínuo aprisionamento do Homem nessa obscura caverna. Afinal, terá o Homem conseguido libertar-se totalmente das correntes que o prendiam à caverna da ignorância? É a resposta a esta pergunta que este vídeo se propõe a encontrar, através de imagens reais e chocantes, que nos obrigam a fazer uma reflexão interior sobre a nossa formação enquanto seres humanos e sobre a sociedade que tão egoistamente temos vindo a construir.
Na Grécia Antiga, Platão julgava, metaforicamente, que todos os homens viviam presos no interior de uma caverna, virados de costas para a entrada, donde podiam apenas contemplar a parede que se erguia à sua frente. Atrás deles, havia um muro alto, por cima do qual eram colocados diversos objectos e, atrás desse muro, ardia uma enorme fogueira que projectava trémulas sombras dos objectos na parede da caverna. Assim, a visão dos homens sobre a realidade resumia-se a um simples teatro de sombras que, para eles, era tudo o que existia. Esta alegoria mostra-nos então como as pessoas se podem tornar ignorantes e alheadas do mundo real se viverem enquistadas na sombra com a sua limitada compreensão da realidade.
Com o evoluir dos tempos, supunha-se que o Homem tinha finalmente conseguido quebrar as correntes da ignorância e saído da tenebrosa caverna que lhe ocultava a visão do mundo real. Através do seu conhecimento, sabedoria e persistência, o Homem vencera muitos dos seus medos e vislumbrara, pela primeira vez, os reais objectos que originavam as turvas sombras. Tornava-se assim um homem livre e não um mero espectador que tão submissamente assistia ao teatro que lhe apresentavam.
Porém, a sociedade moderna em que vivemos actualmente não parece reflectir essa suposta liberdade adquirida. Num mundo em que os media exercem um papel cada vez mais importante na vida da sociedade e de cada um, a nossa liberdade afigura-se cada vez mais escassa. A televisão, as revistas, a internet bombardeiam-nos constantemente com publicidade sobre o que devemos consumir, ser e fazer. Todos os meios são usados para nos incutir uma visão distorcida da dura realidade que se pretende esconder. Nos países desenvolvidos, as pessoas sonham com mansões de luxo, carros topo de gama, roupas de marca e vidas perfeitas como as que os famosos iludem ter. Os media tentam deste modo “formatar” as mentes das pessoas, levando-as a consumir o que pretendem e tornando-as extremamente egoístas, obcecadas com a sua própria riqueza e comodidade.
Como fruto desta violenta intervenção, nasce então uma sociedade consumista e cruel, que se assemelha a uma gigantesca caverna que nos cega com a sua abundância de sombras. No exterior desta caverna, onde reina a ambição e o dinheiro, há um mundo de guerras, violência, miséria humana. Um mundo onde milhares de pessoas morrem esfomeadas, onde guerras sangrentas matam outros milhares de inocentes, onde enormes incêndios destroem vastas áreas de terreno. Tudo isto devido a uma ambição desmedida e sem escrúpulos dos mais poderosos, que desejam escravizar humilhantemente os pobres, para poderem enriquecer e exercer o poder que tanto os fascina.
Estes poderosos preferem que todos nós continuemos presos na caverna que eles e os seus media criaram, ignorando a sociedade desigual e bárbara que nos rodeia. Contudo, não nos podemos deixar ofuscar por esta alienação e histeria colectiva, permitindo que se desenvolva um mundo com profundas assimetrias, onde o flagelo humano é uma constante. Assim, só teremos maior liberdade quando conseguirmos escapar à influência dos media e então reflectir sobre os graves problemas que tão passivamente temos vindo a deixar que se desenvolvam no mundo real, exterior à caverna.

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