quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Relatórioda aulas 63 e 64

Teresa Silva

A aula iniciou-se com a entrega do 3º Trabalho de Reflexão Filosófica. Este consistia em desenvolver o tema “A Problematicidade dos Valores”, ou seja, elaborar um texto em que apresentássemos o nosso conhecimento e reflexão acerca do tema referido, de uma forma organizada, coerente, rigorosa e crítica. Os trabalhos de duas alunas foram lidos à turma e assim se pôde rever alguns dos conteúdos leccionados dentro do tema dos valores e da sua problematicidade, sob a perspectiva destas alunas.
De seguida, a professora definiu o objectivo da aula, que seria criticar a noção de tolerância passiva. Iniciou-se a realização deste objectivo com a correcção do trabalho de casa, que se inseria na página 105 do manual. A actividade estava organizada em duas questões baseadas, cada uma, num excerto.
O primeiro falava do relativismo cultural e nomeava duas situações que, para a nossa cultura, são consideradas incorrectas. Referia a escravatura e o genocídio e afirmava que um relativista não se podia opor a nenhuma destas situações, nem mover-se contra elas. Se o fizesse, estaria a agir contra os seus próprios princípios, pois esta perspectiva consideraria ambas as práticas aceitáveis, uma vez que estas estariam de acordo com um determinado contexto sociocultural.
O segundo excerto abordava um contra-argumento que pode ser utilizado para criticar o relativismo. O autor mencionava que os relativistas negam a existência de juízos de valor absolutos e que defendem a sua relação com a cultura e a sociedade de uma determinada época. Assim, esta teoria apresenta-se contraditória e incoerente, já que afirma as suas ideias como absolutas.
Para completar a correcção do trabalho de casa, a professora esclareceu que, quando algo é considerado absoluto significa que é independente de outros factores, ou seja que existe por si próprio. Por outro lado, quando falamos de algo relativo significa que está relacionado e dependente de outros factores.
Como concluímos, o relativismo demonstra-se tolerante e pacífico perante as outras culturas, aceitando e não interferindo com as suas práticas. Contudo, esta tolerância passiva desfigura-se, pois nada há para tolerar, tornando-se apenas em aceitação e indiferença perante as outras culturas e o que defendem. Por outro lado, o etnocentrismo não tolera a cultura de outras sociedades e os seus valores, adoptando a sua como a correcta. Desta forma, também a “intolerância” perde o seu significado, resumindo-se à total rejeição de outras maneiras de pensar.
Portanto, ambas as teorias se apresentam como extremos e conduzem-nos a tentar encontrar um “meio-termo”. Assim, o limite desta tolerância deverá ser o próprio ser humano e o seu bem-estar. Quando as práticas de outras culturas atentam contra os direitos do homem (Declaração Universal dos Direitos Humanos), devemos interferir e tentar impedir que estas se concretizem.

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