segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Relatório das aulas 55 e 56

Diana Macedo
Nº 8 10ºA

Relatório de aula
Aulas nos 55 e 56
12 de Janeiro de 2010


Para dar início à aula, a professora começou por escrever o sumário e, de seguida, definir os objectivos de aula. Estes seriam, em primeiro lugar, defender e criticar as várias definições de valor e, em segundo, reconhecer a problematicidade da definição de valor.
Antes de se proceder ao cumprimento dos objectivos então propostos, a professora introduziu ainda um novo tipo de texto, cujo objectivo era o desenvolvimento de um determinado tema. Para além do comentário de texto e do discurso argumentativo já explorados anteriormente, o desenvolvimento de um tema é outra das competências exigidas aos alunos de Filosofia ao nível da expressão escrita. Como tal, o nosso terceiro trabalho de reflexão filosófica consistia exactamente na redacção de um texto dedicado à “Problematicidade dos valores”, no qual deveríamos apresentar, de uma forma organizada, coerente, rigorosa e crítica, os nossos conhecimentos e opiniões sobre este complexo tema.
Definido o tema e a estrutura do terceiro trabalho de reflexão filosófica, prosseguiu-se então a aula com uma breve revisão do problema da natureza dos valores. Este problema, cuja formulação já havia sido leccionada, levanta a questão dos valores possuírem uma natureza objectiva ou subjectiva. Em resposta a este problema, surgem assim duas teses opostas: o subjectivismo, segundo o qual os valores existem apenas na mente humana, estando por isso dependentes do sujeito humano para garantirem a sua existência; e o objectivismo, que defende a existência independente e exterior dos valores relativamente à mente humana.
Após terem sido recordados e sintetizados todos estes conceitos aprendidos na aula anterior, passou-se à correcção do trabalho de casa, o qual consistia na realização de uma actividade do manual relativa à hierarquização dos valores. Esta actividade propunha que nos colocássemos no papel de alguém que presencia o roubo de uma disquete realizado por um aluno que deseja obter uma melhor classificação em determinado trabalho que o seu colega, dono da disquete. De seguida, teríamos que decidir sobre qual seria a melhor atitude a ter, identificando os valores em confronto neste processo de deliberação e procedendo à sua posterior hierarquização. Na opinião de muitos alunos, seria preferível chamar o ladrão à razão, levando-o a devolver a disquete, se possível com um pedido de desculpas ao seu dono. Outros consideraram a denúncia do ladrão junto ao dono da disquete uma melhor opção. No entanto, poucos ficariam indiferentes perante a acção realizada e ninguém denunciaria o ladrão ao professor que tinha solicitado o trabalho. Isto mostra claramente que os valores de justiça e lealdade estão no topo da hierarquia de valores da maior parte das pessoas, enquanto que a maldade e a inveja ocupam a base da pirâmide. Todos julgariam a acção injusta e, portanto, tentariam agir para evitar que se cometesse uma injustiça. Por outro lado, a lealdade aos colegas seria sempre um valor presente, o que justifica a recusa em denunciar o ladrão directamente ao professor.
Seguidamente, deu-se início ao cumprimento do primeiro objectivo de aula, apresentando-se os argumentos e contra-argumentos para três distintas definições de valor.
Segundo a perspectiva do psicologismo, o qual apoia a tese subjectivista, os valores são vivências pessoais, sendo por isso que diferentes pessoas, com distintas experiências pessoais, fazem diferentes valorações de um mesmo objecto. No entanto, a defesa da exclusiva subjectividade dos valores não consegue explicar a permanência dos mesmos valores ao longo das diferentes épocas históricas e a sua existência em diversos povos que nunca comunicaram entre si.
Outra das definições de valor é proposta pelo chamado naturalismo, o qual, assumindo a tese objectivista, considera o valor uma qualidade intrínseca aos objectos. Esta posição justifica assim o consenso universal existente na valoração de muitos objectos e situações. Por exemplo, no que diz respeito à violência doméstica, a maioria das pessoas é unânime em afirmar que esta é uma prática inaceitável, devendo por isso ser erradicada. Porém, existem outras situações ou objectos cujas valorações diferem de pessoa para pessoa, o que constitui um dos contra-argumentos ao naturalismo. Além disso, também não nos é possível observar essas qualidades que o naturalismo defende serem inerentes aos objectos nos próprios objectos.
Finalmente, existe ainda uma outra posição designada por ontologismo que, assumindo a objectividade do valor, o define como uma ideia que existe de forma independente, num mundo imaterial. Esta foi a perspectiva adoptada por Platão, o qual acreditava na existência de um “mundo das ideias”, onde a nossa alma imaterial e imortal tinha tido a oportunidade de contemplar os diferentes conceitos e ideias. Ao reencarnar num corpo físico, ela recordava então estas ideias de uma forma bastante confusa, o que explica as divergências de valorações encontradas.
Apesar desta última perspectiva ser aparentemente a que melhor justifica todas as provas encontradas, a verdade é que é impossível provar a existência de tal mundo imaterial. Actualmente, o ser humano ainda não consegue conceber a coexistência de dois mundos distintos (o físico e o imaterial), razão pela qual o ontologismo se nos afigura uma perspectiva demasiado fantástica.
Concluídos os dois objectivos de aula, deu-se então a aula por terminada.

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